sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Strange Angels

O Mundo Real é um lugar apavorante. Basta perguntar para Dru Anderson, uma órfã de 16 anos - garota durona que já acabou com sua parcela de bandidos. Ela está armada, é perigosa e está pronta para atirar primeiro e perguntar depois. Então, vai levar um tempo até que ela possa descobrir em quem confiar. Dru Anderson se acha estranha por mais tempo do que é capaz de se lembrar. Ela viaja de cidade em cidade com seu pai, caçando coisas que nos aterrorizam à noite. Era uma vida bem esquisita, mas boa - até que tudo explode em uma cidade gélida e arruinada de Dakota, quando um zumbi faminto arromba a porta da cozinha. Sozinha, aterrorizada e sem saída, Dru vai precisar de cada pedacinho de sua esperteza e treinamento para continuar viva. Seres sobrenaturais decidiram ser os caçadores - e desta vez, Dru é a presa. Chance de sobrevivência? De pouca a nenhuma.

A vida de Dru passa longe da de uma garota normal de 16 anos e não é pelo fato de viverem mudando de casa (porque afinal filhos de militares também mudam assim né). Tudo é tão diferente nela porque aqueles seres que só conhecemos na literatura e em filme - como vampiros, lobisomens, zumbis - pertencem a rotina de Dru e de seu pai, um caçador desses seres. Pois é, a vida dessa garota é um verdadeiro filme sobrenatural.

Ela já era orfã de mãe há vários anos e havia perdido também a avó, e quando seu pai não retorna de uma caçada aos seres sobrenaturais (De onde surgiu a idéia de bandidos da sinopse brasileira?? ), ela percebe que terá que encarar tudo sozinha. E vou te contar, apesar de uns surtos de 'O que vou fazer?", ela encarou bem a beça, principalmente a morte do zumbi na casa dela. Olha, eu não sei o que faria no lugar dela nessa cena...muito complicado mesmo!!

E é nesse momento, quando ela já não sabe mais a quem recorrer, é que ela conhece um cara gótico da turma dela na escola - Graves ( A Lili St. Crow tem uma imaginação pra nomes... rsr). Esse cara meio estranho acaba sendo o apoio, o amigo dela e em "retribuição" ela o mete em cada furada que você não tem idéia. Imagina você que sempre acreditou que não existiam poltergeists, lobisomens ou vampiros e de repente se vê no centro de uma confusão, ou melhor no centro de uma caçada. Porque agora, literalmente, o caçador virou a caça. Dru não é mais simplesmente a ajudante do seu pai, aquela que enfrentava os "monstros" e os matava. Não, agora eles a estão caçando, e ela não tem como fugir nem pra onde e o pior não sabe o motivo de tudo isso. E no meio disso tudo ela vai ter que aprender a confiar em seres de quem sempre teve ódio puro para conseguir sobreviver.

Eu gostei da Dru, ela é o tipo de personagem que encara os desafios de frente, que luta sempre que precisa e que pensa rápido. Graves, apesar de muito fofo quando se tratava da Dru e até bem engraçado em vários momentos, demorou muito pra tomar uma postura, ficou muito tempo perdido, sem saber como agir e deixando a Dru sem opção a não ser se preocupar em protegê-lo o tempo todo - isso me irritou.

Mas sem dúvida o que mais me irritou foi a tradução do livro. Eu nunca vi uma história com tantas gírias repetitivas, e que estragaram muitos dos diálogos do livro. Imagina ler algo cheio de "Cê" ao invés de "você", "vambora" no lugar de "vamos embora" ou mesmo de "vamos" e outras tantas. Pode ser que o livro em inglês tivesse gírias, mas mesmo assim tem que saber o limite pra elas, era simplesmente irritante ficar lendo desse jeito. Também não pude deixar de notar que em vários momentos faltava as marcações de fala dos personagens e, como a narrativa é em primeira pessoa, a coisa ficava bem confusa.

A autora também cometeu deslizes. As cenas de ação poderiam ter sido muito melhor exploradas e bem mais explicadas. Então no geral o livro é bom, mas poderia ter sido muito melhor.

Autora: Lili St. Crow
Editora: Novo Século