segunda-feira, 25 de abril de 2011

O pacto

Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.

Um livro que alguns amam e outros odeiam, uma história muito real e ao mesmo tempo com muitos elementos fantasiosos. Sem dúvida O pacto é um livro que veio para marcar. Usando personagens e situações quase cotidianas que se misturam com elementos bastante fantasiosos, Joe Hill acertou a mão com ele.

Ignatius Perrish é um cara gente boa, que nunca fez mal a ninguém e que chegava a ser meio bobo às vezes. Mas sua vida muda completamente quando a mulher por quem fora apaixonado toda a vida é assassinada brutalmente, e o pior, todos acham que ele é o culpado, inclusive sua família. A vida dele realmente vira um inferno. Imagine a cidade toda te olhar como um criminosos, cochichando e especulando o porquê de você estar solto.

Isso por si só já seria suficiente para mudar a vida de uma pessoa, só que em O pacto Ig também cria chifres. Pois é, chifres de verdade, daqueles com pontas bem afiadas.

Imagine você acordar um dia de uma bebedeira e descobrir que tem chifres e mais que as pessoas ao seu redor parecem não se importar com isso. Na verdade, parecem que todos resolveram contar para ele todas as piores coisas que já fizeram e tudo de pior que sentem por ele. E vocês não podem imaginar as barbaridades que ele ouviu e teve que engolir. Imagine ouvir da própria mãe: "Não quero mais que você seja meu filho...Preferia ter tido só o Terry". Você não ficaria maluco? Porque eu ficaria rsrs. E no meio das confissões ele também escuta umas do padre e do médico que..., bom, deixa pra lá uhauha.

Ig percebe que não tem outra solução a não ser aprender a lidar com essas revelações, tentando ignorar quando possível. Só que logo ele percebe que algumas podem ser bastante úteis. Ele também descobre que tem outros poderes muito importantes e que podem ajudá-lo a desvendar a morte de sua namorada.

Ele até tenta se isolar, buscando fugir de tudo, mas logo ele percebe que essa não é a melhor opção, afinal o Diabo está sempre conectado com o pior lado das pessoas e assim elas sempre o encontram onde estiver, querendo ou não. Mas será que o Diabo é mesmo sempre o vilão?

O livro mescla os fatos do presente com tudo o que aconteceu no passado e o levou até aquele momento. Descobrimos como ele conheceu e se apaixonou por Merrin e como situações mal esclarecidas levaram sua vida ao ponto em que está. Esse jogo usado por Joe Hill foi excelente, pois aos poucos vamos desvendando o assassino de Merrin, seguindo as lembranças de Ig e de outras pessoas ao seu redor.

E agora será que a justiça vai ser feita? Talvez você descubra que nem sempre o Diabo é tão ruim quanto parece e que existem pessoas que podem ser muito piores que ele.


Autor: Joe Hill
Editora: Sextante


Um comentário:

Fabrica dos convites disse...

Tenho lido muita coisa boa sobre este livro, pena que ainda não pude ler. Bjs, Rose;D