
Os casos, como logo se descobre, têm em comum um ponto surpreendente: todas as vítimas estão sendo atormentadas por visões de Gengis Khan.
O leitor, assim como os detetives encarregados das investigações, Paulo Westphalen e Miguel D'Andrea, terão a sua racionalidade testada.
Seríamos mesmo forçados a aceitar a existência de uma explicação sobrenatural?
E se a verdade fosse ainda mais aterrorizante do que a aparição do fantasma de Gengis Khan?
Como solucionar o desaparecimento de cinco crianças de 5 e 9 anos em São Paulo? Bom, é algo comum na vida dos investigadores de polícia, principalmente em uma grande cidade. Certo?
Mas e se três dessas crianças estivessem tendo atitudes estranhas nos últimos tempos? Se eles estivessem muito religiosos e também vendo imagens de Gengis Khan? E mais, ele são amigos e tudo aconteceu ao mesmo tempo. Agora ficou difícil, não acha? Essa é a missão de Paulo Westphalen e Miguel D'Andrea.
Após um passeio do colégio, cinco crianças simplesmente somem. A polícia é chamada pra investigar, só que o caso é completamente inusitado e difícil. Primeiro porque os mais velhos são amigos e os mais novos são irmãos dos outros, ou seja, é estranho os cinco sumirem assim e mais, ninguém ter visto nada.
A coisa fica ainda mais esquisita quando os pais dos mais velhos - Alexandre, Júlio e Flávio, afirmam que os filhos vinham tendo comportamentos estranhos, estavam mais quietos e muito religiosos, o que não era "normal" já que as famílias não costumavam frequentar a igreja.
Pouco tempo depois, quatro das cinco crianças são encontradas, exceto Alexandre que, segundo os meninos, fora levado pelas "outras pessoas" e não diziam quem eram. Além de também falarem que tudo havia começado no "lugar", outro ponto que não era revelado.
Enquanto toda a investigação prosseguia em São Paulo, muita coisa estava acontecendo em Brasília. Havia um senador muito importante e alguns americanos muito interessados no caso das crianças. O porque disso só no final do livro, mas posso afirmar que dá um ódio sem precedentes rsr.
Paulo e Miguel tiveram que racionalizar um pouco menos e acreditar um pouco mais em sobrenatural, precisaram montar uma rede de informações aparentemente desconexas mas que foram fundamentais. Foi necessário buscar informações no passado para desvendar o desaparecimento de Alexandre, as visões que as crianças tinham de Genis Khan e onde era o tal "lugar" e o que acontecia lá. E claro, quem estava por trás de tudo isso.
Esse livro é quase um vício. Você começa a ler e não consegue de forma alguma largar antes do fim. É o tipo de história que te dá uma dica do desfecho e ao mesmo tempo te enche com um monte de dúvidas, por mais que você acredite saber o final, você fica na incerteza. E acredite, você se surpreende.
O final é chocante. Bom, nem tanto se pensarmos na história do nosso planeta, mas ler isso te faz acordar para a vida, te faz refletir sobre tudo o que acontece a nossa volta. Como a busca por poder, a ambição desmedida e o desrespeito pelo ser humano pode levar alguém a fazer barbaridades, a descer tão baixo.
Essa história te faz pensar que tipo de país é esse, onde o poder corrompe tudo. Ou melhor que mundo é esse, em que um povo pode se achar tão superior ao outro ao ponto de usá-lo como lixo.
Eu simplesmente me apaixonei pelo livro, foi uma história muito bem montada, com personagens cativantes e muito bem construídos. Eu realmente recomendo a leitura desse livro.
"Estranho, senhor ministro, eu pensava que o país era o que fazíamos dele."
Autor: Roberto Campos Pellanda
Editora: Porto de Idéias
